Ciência

 China e EUA anunciam acordo histórico contra o aquecimento global


China e Estados Unidos, os dois maiores emissores de gases que provocam o efeito estufa, estabeleceram nesta quarta-feira (12), em Pequim, novos objetivos de redução da poluição, um ano antes da conferência do clima de Paris, onde os países devem assinar um acordo global.

A Casa Branca anunciou que a China, o principal emissor mundial (com 29%), fixou a meta de alcançar um teto nas emissões "por volta de 2030", com a intenção de "tentar atingi-lo um pouco antes".
Esta é a primeira vez que a China se compromete a estabelecer uma data para o teto, que a partir de então deverá ser reduzido de maneira progressiva.
O governo dos Estados Unidos se comprometeu a reduzir entre 26% e 28% as emissões até 2025, na comparação com os níveis de 2005.
Em uma declaração à imprensa após o encontro em Pequim com o presidente chinês Xi Jinping, o presidente americano Barack Obama aplaudiu um "acordo histórico" sobre o clima.
Xi Jinping afirmou que seu país e os Estados Unidos estão decididos a alcançar um acordo na reunião de cúpula do clima de Paris, prevista para o fim de 2015.
A ambição da reunião do próximo ano é obter um acordo mundial suficientemente ambicioso para limitar o aquecimento global a 2°C.
A comunidade internacional estabeleceu a meta para evitar problemas em grande escala no clima, o que significaria uma redução dos recursos, conflitos, a elevação do nível dos oceanos e a extinção de espécies, entre outros efeitos nocivos.
Mas o tempo é cada vez mais curto, já que segundo os cientistas as medidas adotadas pelos países são insuficientes para limitar a dois graus o aumento da temperatura global.
Republicanos céticos
Xi e Obama voltaram a se encontrar nesta quarta-feira (12), um dia após o fim da reunião de cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).
A Casa Branca destacou que até 2030 a China tentará aumentar a quase 20% a participação das energias não fósseis dentro de seu consumo total. No ano passado, a proporção era de 10%, segundo Pequim.
Estados Unidos e China representam juntos 45% das emissões planetárias de CO2, um dos gases apontado como culpado pela mudança climática.
A União Europeia representa 11%. No mês passado, o bloco se comprometeu a reduzir em pelo menos 40% as emissões até 2030, na comparação com os níveis de 1990.
Uma fonte do governo americano, que pediu anonimato, afirmou que a promessa dos Estados Unidos é "ambiciosa e factível".
A fonte destacou que o "fato de que avancem juntos Estados Unidos e China, considerados tradicionalmente os líderes de dois grupos opostos (nas negociações do clima), vai ter um grande impacto".
Nas negociações sobre o clima, a China defende em nome do desenvolvimento econômico que os países mais desenvolvidos devem reduzir de maneira mais expressiva suas emissões.
Os republicanos, majoritários no Congresso dos Estados Unidos, não demoraram a manifestar dúvidas.
Pouco depois do anúncio em Pequim, o líder do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, chamou o plano de "pouco realista". "Este é um plano pouco realista, que o presidente quer deixar para o sucessor", disse McConnell. Para o republicano, o plano afetará a criação de novos postos de trabalho e o custo da energia.


Google desenvolve pulseira para detectar câncer



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Nanopartículas no sangue e um sensor de pulso são as apostas do Google para diagnóstico precoce de doenças como o câncer

O Google está desenvolvendo tecnologia para diagnosticar câncer, ataques cardíacos e acidentes cardiovasculares iminentes, além de outras doenças, bem mais cedo do que é possível atualmente.
A empresa está trabalhando em um método que combina nanopartículas capazes de detectar doenças, que entrariam na corrente sanguínea do paciente através de uma pílula que seria engolida pelo paciente, com um sensor usado no pulso como um relógio.
A ideia é identificar até as mudanças mais sutis na bioquímica da pessoa que pudessem funcionar como um sistema de alerta.
O trabalho, no entanto, ainda está em estágio inicial.
Diagnóstico precoce é considerado a chave para tratar diversas doenças. Muitos tipos de câncer, como o pancreático, são detectados apenas depois que já se tornaram intratáveis e fatais.
Há diferenças bastante marcadas entre os tecidos cancerosos e os saudáveis. Por isso, a ambição do Google é monitorar constantemente o sangue para tentar encontrar traços de câncer, permitindo que o diagnóstico aconteça antes mesmo que os sintomas físicos apareçam.
O projeto está sendo conduzido pela unidade de pesquisa da empresa, a Google X, que se dedica a investigar inovações com o potencial de serem revolucionárias.
Ele marca o direcionamento recente da companhia para o setor de saúde, após um trabalho que desenvolveu lentes de contato que medem os níveis de glicose no sangue para pacientes com diabetes e a aquisição de uma start-up que desenvolveu uma colher que se contrapõe aos tremores causados pelo Mal de Parkinson.
O Google também comprou ações da Calico, uma empresa de pesquisa de anti-envelhecimento, e a 23andMe, que produz kits pessoais de testes genéticos.

Nanopartículas

O projeto de diagnóstico é liderado por Andrew Conrad, um biólogo molecular cujo principal trabalho anteriormente foi desenvolver um teste mais barato de HIV que se tornou popular.
"O que estamos tentando fazer é mudar a medicina de algo reativo para algo proativo e preventivo", disse à BBC. "As nanopartículas nos dão a habilidade de explorar o corpo a nível molecular e celular."
O Google está desenvolvendo um conjunto de nanopartículas que se conectam a marcadores biológicos para condições diferentes.
Elas podem, por exemplo, se conectar a uma célula cancerosa ou a um fragmento de DNA canceroso.
Outra possibilidade é que elas encontrem evidências de placas de gordura que estão a ponto de se libertar dos vasos sanguíneos. Eles podem causar um ataque cardíaco ou um derrame, se conseguirem interromper o fluxo de sangue.
Outro conjunto de nanopartículas poderia monitorar os níveis de substâncias químicas no sangue.


Altos níveis de potássio estão ligados a doenças nos rins. O Google acredita ser possível construir nanopartículas porosas que mudam de cor ao entrar em contato com o potássio no sangue.
"A partir daí você pode juntar essas nanopartículas em um único local - os vasos superficiais no pulso - porque elas são magnéticas. Em seguida, pode perguntar a elas o que elas detectaram", explica Conrad.
Nanopartículas soltas se moveriam diferentemente em um campo magnético de outras, que estejam amontoadas em volta de uma célula cancerosa.
Em teoria, programas poderiam fazer diagnósticos estudando seus movimentos.
Como parte do projeto, os pesquisadores também exploraram maneiras de usar o magnetismo para concentrar as nanopartículas temporariamente em uma área específica.
O objetivo do Google é criar uma pulseira que consiga ler as nanopartículas usando ondas de luz e de rádio uma vez por dia ou mais.
O professor Paul Workman, diretor executivo do Instituto de Pesquisa sobre o Câncer, em Londres, disse à BBC que a ideia "é maravilhosa em princípio".
Sua equipe investiga o uso de células e DNA canceroso no sangue como método de diagnóstico da doença.

'Falso positivo'

Workman alertou, no entanto, que um diagnóstico instantâneo pode aumentar a ansiedade das pessoas e levar a tratamentos desnecessários.
Por isso, segundo ele, é preciso ter "muito cuidado e fazer análises rigorosas" antes que se possa popularizar este tipo de monitoramento sanguíneo.
O projeto foi divulgado agora porque a empresa de tecnologia está buscando parcerias, mas o Google terá que enfrentar a questão dos "falsos positivos" - quando pessoas saudáveis são diagnosticadas como doentes.
O editor de saúde da BBC, James Gallagher, lembra que o mesmo debate rodeia o teste de PSA para câncer de próstata, já que a presença da enzima PSA (usada como marcador do câncer) nos homens pode aumentar mesmo sem a doença.

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As partículoas poderiam encontrar evidências de placas de gordura que estão a ponto de se libertar dos vasos sanguíneos, algo que pode causar um ataque cardíaco

"Há ainda a questão no diagnóstico em excesso. Quantas pessoas realmente precisam de tratamento ao serem diagnosticadas? Há uma controvérsia sobre as mamografias, por exemplo: para cada vida salva, três mulheres se submetem a tratamentos invasivos por um câncer que não seria fatal", diz Gallagher.
"Examinar o corpo em busca de doenças carrega em si muitos perigos. Se não for feito com cuidado, pode transformar todos nós em hipocondríacos."

Alto risco

O projeto das nanopartículas é o mais recente dos chamados "tiros para a lua" da unidade de pesquisa Google X.
Outros trabalhos incluem a tentativa de criar carros sem motorista e o Projeto Loon, que pretende levar o acesso à internet para áreas remotas criando uma rede de balões atmosféricos.
Tais ideias tem potencial de lucro, mas há também um alto risco de fracasso. E o Google X admite que muitos de seus projetos foram abandonados antes de se tornarem públicos.
De acordo com o editor de tecnologia da BBC, Leo Kelion, o projeto sinaliza o esforço da empresa no campo de tecnologia de saúde, mesmo que nunca saia do papel.
"A empresa nega que queria criar um serviço de diagnóstico, mas as patentes que está registrando podem se provar lucrativas", diz Kelion.
"E pode estar relacionado a isso o fato que de que o co-fundador da empresa e diretor do Google X, Sergey Brin, descobriu recentemente que uma mutação genética aumenta suas chances de desenvolver o Mal de Parkinson."
Kelion lembra, no entanto, que o Google Flu Trends - um projeto que pretendia prever a propagação do vírus da gripe com base em buscas na Internet - foi considerado um fracasso por muitos depois que pesquisadores afirmaram que, na maior parte do período de teste, ele superestimou o número de casos.
No ano passado, agências reguladoras de saúde dos Estados Unidos também proibiram a empresa 23andMe, comprada pelo Google, de vender seus kits de testes genéticos.
Por outro lado, as "lentes de contato inteligentes" do Google para diabéticos parecem promissoras. Em julho, a empresa farmacêutica suíça Novartis firmou uma parceria para licenciar a tecnologia.


Qual a aparência dos alimentos?


O fotógrafo Caren Alpert resolveu responder a estas perguntas através de imagens. Registrou microscopicamente detalhes de diversos alimentos que consumimos no nosso dia-a-dia. Após conseguir imagens interessantes, ele publicou todas em alta resolução no site Terra Cibus.
Tomate Seco ampliado 250x
Pastilhas de Chocolate ampliadas 65x
Biscoito da Sorte ampliado 150x
Biscoito de chocolate ampliado 15x
Coroa de Abacaxi ampliada 85x



A Terra pode ser engolida por um buraco negro?

Até pode, mas a probabilidade é ínfima, menor do que ganhar 100 vezes seguidas na Mega-sena. É muito mais fácil, por exemplo, o planeta ser destruído antes por um asteróide gigantesco ou ficar chamuscado na explosão do Sol, daqui a 4,5 bilhões de anos. "O fato é que não existem muitos buracos negros por aí. Ainda que houvesse 100 milhões deles vagando por nossa galáxia, eles estariam distribuídos em mais de 900 quatrilhões de quilômetros", diz o astrofísico Félix Mirabel, do Instituto de Astronomia e Física do Espaço, na Argentina. Como esses corpos não emitem nem refletem luz, é quase impossível detectá-los.
E, mesmo se um astronauta pudesse ligar um holofote perto de um buraco negro, a luz seria engolida antes que pudesse iluminar qualquer coisa. Por isso, esses objetos escuros são um dos maiores mistérios da ciência. Só sabemos que eles existem porque quando um buraco negro captura algum astro no espaço, a matéria arrebenta e solta uma infinidade de raios X, denunciando a presença do objeto. Foi assim que os astrônomos acharam o primeiro buraco negro, em 1971. Ao observarem a estrela Cygnus X-1, eles perceberam que parte da matéria do astro era sugada por um vizinho invisível, liberando uma incrível quantidade de raios X. Tamanha força atrativa é possível porque os buracos negros são o que há de mais denso no Universo. Eles podem ter massa bilhões de vezes maior que a do Sol, só que tudo comprimido em um ponto com volume zero, sem tamanho, algo que os cientistas chamam de singularidade.
Para alguns pesquisadores, cada singularidade pode ser a semente de um novo universo - o nosso próprio teria nascido da explosão de um desses pontos minúsculos. Mas, por enquanto, a idéia é só especulação.
Do brilho às trevasEssa estranha formação surge no espaço quando acaba a energia de uma grande estrela
1 - Geralmente, um buraco negro é o estágio final da evolução de uma estrela enorme, com massa pelo menos dez vezes maior que a do Sol. Durante a maior parte da vida do astro, seu combustível principal é a fusão nuclear do hidrogênio. No centro da estrela, onde as temperaturas são altíssimas, os átomos do gás são quebrados, gerando energia para que a estrela permaneça brilhante e consiga manter seu tamanho original
2 - Conforme a estrela envelhece, em um ciclo que pode durar bilhões de anos, o hidrogênio que serve de combustível vai se esgotando. Quando isso acontece, o astro começa a fundir átomos mais pesados, como os de hélio, produzindo muito mais energia do que antes. Com essa mudança, a estrela aumenta de tamanho: seu raio cresce pelo menos 200 vezes e ela se transforma na chamada gigante vermelha
3 - Em poucos milhões de anos, o combustível da própria gigante vermelha acaba e a estrela entra em colapso. Se ela for relativamente pequena, com massa menor que dez vezes a do Sol, provavelmente se contrairá até ficar do tamanho de um planeta. Mas, se a massa for maior que isso, a gigante vermelha sofre uma implosão fantástica, que faz seu raio aumentar novamente centenas de vezes e transforma o astro em uma supernova
4 - Poucos meses depois da implosão, a estrela se contrai. Se a massa que sobrar for pelo menos duas ou três vezes maior que a do Sol, o raio do corpo celeste diminui até chegar a zero. Ele se torna então um ponto de gravidade pura e está formado o buraco negro. Em uma distância de alguns quilômetros em volta desse ponto, toda a luz que é atraída não consegue escapar. Por isso, surge no espaço uma imensa bola preta de onde nada retorna, como representa o desenho ao lado
GRAVIDADE INFINITA
Os buracos negros foram imaginados pela primeira vez em 1916, pelo astrônomo alemão Karl Schwarzschild, que se baseou na teoria da relatividade, de Albert Einstein. Schwarzschild concluiu que se houvesse uma enorme quantidade de massa concentrada em um raio muito pequeno, como ocorre em um buraco negro, a gravidade - ou a"curvatura no tecido espaço-tempo" - tenderia ao infinito. Esses dois desenhos comparam a enorme curvatura no tecido espaço-tempo criada por um buraco negro com a criada pelo Sol
DISTÂNCIA ASTRONÔMICA
O buraco negro mais próximo da Terra é o V4641, a 1 600 anos-luz (algo em torno de 15 quatrilhões de quilômetros, ou 101 milhões de vezes mais distante da Terra do que o Sol). Parece muito, mas é bem mais próximo que a maioria das estrelas visíveis. Ele nunca vai engolir nosso planeta - há chances ínfimas disso ocorrer apenas se surgir um buraco desconhecido


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